Identificar o comportamento de crianças neuroatípicas pode ser bem difícil. Muitos neuroatípicos passam grande parte da vida sem o diagnóstico, pois os sinais são variados e bem discretos em alguns casos. Por isso, é um desafio para os adultos perceberem os comportamentos característicos do Transtorno do Espectro Autista (TEA) — que podem variar em grau e intensidade — ainda na infância.
Neste post, vamos falar sobre os principais comportamentos de crianças neuroatípicas e as formas de identificá-los.
O autismo é um transtorno que compromete a interação social como um todo, com os primeiros indicativos aparecendo na infância e com tendência a persistir na adolescência e idade adulta. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o TEA se manifesta em 1 a cada 160 pessoas. Nos Estados Unidos, a estimativa agora é de que 1 em cada 36 pessoas estão no espectro autista. Esse dado vem do relatório do CDC (Center of Deseases Control and Prevention – Centro de Controle e Prevenção de Doenças).
Na maioria dos casos, as características do autismo se apresentam nos primeiros cinco anos de vida. Entretanto, neurologistas apontam que o TEA pode demonstrar sinais por volta dos nove meses de idade, como a falta de contato visual e não atender quando alguém chama, por exemplo.
Muitas pessoas são diagnosticadas apenas aos quatro ou cinco anos de idade, já que os sintomas podem demorar a ser percebidos (principalmente em pessoas que apresentam um espectro nível de suporte 1). Porém, quanto mais cedo o TEA for identificado, melhor para o desenvolvimento da criança.
O atraso no diagnóstico pode prejudicar bastante o desenvolvimento e evolução dos pequenos. Quanto mais cedo for detectado o transtorno, maiores as chances de que tratamentos reduzam as dificuldades apresentadas pelo espectro, tendo impacto positivo no bem-estar e qualidade de vida tanto da criança quanto da família.
Por isso, é essencial que os pais conheçam o comportamento de crianças neuroatípicas e saibam reconhecê-lo em seus filhos.
Não existe exame específico para detectar o autismo; por isso, o reconhecimento se dá com base no histórico da pessoa. Em crianças, acontece principalmente com observações dos adultos sobre os comportamentos apresentados, podendo incluir pais ou outros cuidadores, familiares, professores e outros profissionais que a acompanhem (como pediatras, neurologistas e psiquiatras).
De acordo com a OMS, pessoas autistas são geralmente caracterizadas por algum grau de alteração no comportamento social, comunicação e linguagem, somado a um repertório restrito, estereotipado e repetitivo de interesses e atividades.
Confira a lista com alguns comportamentos comuns em crianças neuroatípicas:
Também é comum que pessoas com TEA apresentem condições como epilepsia, depressão, ansiedade e transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH). O nível intelectual varia bastante de um caso para o outro: pode haver tanto um comprometimento profundo até pessoas com altas habilidades cognitivas.
Apresentar um ou mais sinais da lista não significa que a criança necessariamente tem autismo. A jornada da família de observar padrões e comportamentos, informando-se sobre o assunto, é essencial, mas é preciso recorrer a um profissional que vai avaliar a situação com cautela e amplo conhecimento para um diagnóstico adequado.